A Roda do Tempo é uma série de livros de fantasia escrita por Robert Jordan. Ele escreveu 11 livros antes de infelizmente falecer em 2007. Tendo a série sido finalizada ano passado por Brandon Sanderson, com o total de 14 livros. Desde que comecei a ler seriamente procurei autores do fantástico para ler, claro que encontrei Tolkien e outros, mas sempre fiquei intrigado com uma série de 14 livros de um senhor chamado Robert Jordan, e logo descobri que havia os 2 primeiros livros traduzidos, mas informação indo e vindo, veio a notícia de que a editora tinha falido, e como consequência: a paralisação da tradução da série. Mas, eis que surge a Intrínseca, fazendo a campanha de publicação e tal. Fiquei bastante feliz pois, finalmente ia chegar com uma editora de peso, uma das melhores sagas já escritas. Logo que foram lançados comprei, tanto o primeiro quanto o segundo, em livrarias (não ia aguentar a demora da entrega). Li o primeiro no fim do ano passado e gostei de tudo que o autor mostrou. Terminei o segundo a 2 dias e em uma palavra: espetacular!
O livro continua de onde parou o primeiro, os personagens principais estão em fal dara, shienar. A princípio, aparenta que eles nada estão fazendo por lá, Rand treina com Lan e os outros nem aparecem direito, até que o trono de Amyrlin chega na cidade. A Amyrlin é como se fosse a chefe maior das Aes Sedai. Que vai lá para conhecer de perto Rand. Então acontece um ataque a cidade e depois do susto percebem que a Trombeta de Valere e a adaga do Mat foram roubadas pelos Trollocs e os Amigos das Trevas. Organiza-se então um grupo para recuperar a trombeta e a adaga que está ligada de formal mortal a Mat. Rand, Perrin, Mat e Loial vão à caçada da Trombeta, acompanhados por um pequeno grupo de soldados Shienaranos comandados por Ingtar e por fim o farejador Hurin. Farejador porque ele tem a habilidade de sentir o cheiro de violência no ar, e por onde trollocs passam deixam o cheiro dela. Tudo vai bem até o Rand usar inconscientemente uma pedra portal e levar consigo, Loial e Hurin, para outro lugar.
As personagens Nynaeve e Egwene finalmente vão para Tar Valon para serem treinadas e se tornarem Aes Sedai, ambas com objetivos próprios. Nynaeve já chega como aceita (porém ainda não é uma Aes Sedai) e a Egwene como noviça. Nynaeve, em especial, descobre o preço de se tornar uma Aes Sedai durante os três testes que toda aceita tem que fazer, ela sofre bastante com as coisas que vê e sente. Em Tar Valon conhecem Elayne, a mesma que apareceu no primeiro livro, que é a princesa-herdeira de Caemlyn e, Min, a garota que consegue vislumbrar o futuro; e se tornam amigas.
A jornada em busca da Trombeta leva o grupo para Cairhien onde existe o Jogo das Casas, um tipo de disputa silenciosa entre as casas poderosas em busca de poder, e muitas pessoas ficam interessadas com a presença de Rand, pois pensam que ele é mais um jogador por ser estrangeiro e ter aparência de Lorde. Nesse livro, Thom Merrilin, o menestrel, aparece novamente só que com muito menos participação, chegando a ser chato às vezes. O grupo se reúne novamente em Cairhien, (devido ao uso da pedra portal Rand, Loial e Hurin chegaram antes) com a adição de mais uma pessoa no grupo, a Aes Sedai Verin da Ajah marrom. Que ajuda o grupo a ir onde devem.
Em Tar Valon, as garotas ficam sabendo que os seus amigos estão em perigo por uma personagem, que se oferece para levá-las aonde eles estão. Elas viajam pelos Caminhos e finalmente chegam em Falme, onde o livro encerra com uma grande luta e com o dragão renascido.
Na minha opinião, o coração de um livro são os personagens. Então, o personagem que mais gostei foi o Rand, que se mostrou o tempo todo muito contrário ao papel dele na história, mas que sempre procurou fazer o correto nas mais difíceis situações. Gostei também do Loial e da lealdade dele com o Rand.
Gostaria de poder falar sobre as semelhanças e diferenças com O Senhor dos Aneis, mas infelizmente (e com um pouco de vergonha) nunca li A trilogia. Mas já li Duna e Messias de Duna, e vejo semelhanças entre Paul Atreides e Rand al'Thor, como os predestinados a grandes feitos. E também há semelhanças entre os Fremen e os Aeil, ambos povos que vivem no deserto sob circunstâncias quase inóspitas.
O livro é muito bom, melhor que o primeiro onde ainda estavámos sendo introduzidos ao mundo de Randland. Apesar de o livro ser praticamente pela visão de Rand, vemos a personalidade dos outros personagens em diálogos bem criados. No próximo livro o Rand quase não aparece, dando mais enfoque nos amigos de Dois Rios, Mat e Perrin. Além do que, são 14 livros, em que o autor desenvolve quase exaustivamente os personagens, pelo menos os principais. Recomendado para todos que gostam de uma boa história, que não é simplesmente a luta entre o bem e o mal, mas sim, uma longa e insólita jornada, que vai moldando os personagens, fazendo eles crescerem e amadurecerem para que consigam fazer o que deve ser feito.